Uma história assustadora e atual. Um grito exilado diante dos demônios nazistas As histórias de pessoas que negociaram a própria alma com demônios em troca de benefícios terrenos são muito populares. Elas circulam entre os povos desde antes de seus registros em peças teatrais, contos, romances, canções, imagens. Mas nenhum pacto é tão popular quanto o do dr. Fausto, personagem do folclore medieval germânico que, em troca de conhecimento e poder, legou sua alma a Mefistófeles. Essa lenda serviu de base para a obra máxima de um dos patriarcas da literatura do país, Johann Wolfgang von Goethe, autor da peça Fausto. Em 1936, o alemão Klaus Mann publicou Mefisto, romance centrado em um pacto fáustico diretamente ligado à obra de Goethe. No livro é contada a história de Hendrik Höfgen, ambicioso ator que abdica de seus ideais revolucionários em troca da ascensão social meteórica numa carreira artística cujo ápice, não por acaso, é uma encenação do Fausto de Goethe. Na peça, Höfgen interpreta