Nas muitas entrevistas que concedeu, por mais que tivesse explicações para a renúncia à Presidência do Brasil em 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros deixou sempre a impressão de que houve algo de inconfessável naquela decisão. Foi uma das razões, até hoje corrente, da interpretação de que tudo não passou de tentativa frustrada de golpe de Estado com apoio popular. Porém, uma avaliação do caráter crítico das instituições políticas vigentes naquela data, mais um breve estudo da história republicana brasileira e das raízes das suas crises seguintes à Revolução de 1930, bem como uma indicação dos prováveis ideais políticos de Jânio Quadros, tanto os de caráter público quanto os pessoais, mostram que os componentes daquela renúncia foram outros e que a hipótese da tentativa de golpe de Estado deve ser abandonada. Havia componentes tensos e contraditórios que Jânio conseguiu manter afastados de seu governo durante quase sete meses. Mas assim que o Congresso nomeou uma Comissão Geral de Inqué